Capital de Giro - Indicadores - FINANÇAS

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Capital de Giro - Indicadores
Indicadores de prazos médios

                 Os Indicadores de Prazos Médios, também conhecidos como índices de atividade, indicam a dinâmica do capital de giro, isto é, quantos dias elas levam para girar durante o exercício. Não devem ser analisados individualmente, mas, sempre, em conjunto.

                 A análise dos Prazos Médios constitui importante instrumento para se conhecer a política de compra e venda adotada pela empresa. A partir dela, pode-se constatar a eficiência com que os recursos estão sendo administrados: duplicatas a receber, estoques e fornecedores.
                Todos os indicadores de prazos médios pressupõem que os valores utilizados como numerador – estoques, clientes e fornecedores – não sofrem grandes alterações durante o exercício, ou, caso necessário, pode-se utilizar dos valores médios anuais.                          Assim, por exemplo, se a conta estoques apresenta o valor de $300,00 no Balanço, pressupõe-se que a empresa mantém um estoque médio desse valor durante o exercício. Os prazos médios comumente utilizados são:

   
Prazo Médio de Pagamento de Compras - PMPC
     
Prazo Médio de Renovação de Estoque - PMRE
     
Prazo Médio de Recebimentos de Vendas - PMRV
     
Ciclo Operacional - CO
     
Ciclo Financeiro - CF
 
Prazo médio de pagamento de compras (pmpc)

O Prazo Médio de Pagamento de Compras exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas e/ ou mercadorias. Assim, podemos dizer que Prazo Médio de Pagamento de Compras é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e o respectivo pagamento.
Quanto maior for o PMPC melhor será a situação da empresa, pois estará financiando o seu giro com recursos não onerosos.

Prazo médio de renovação de estoques (pmre)



Exprime o número de dias, em média, em que os estoques são renovados (ou vendidos). Assim, Prazo Médio de Renovação de Estoques é o número de dias que decorrem, em média, entre a compra e a venda, ou seja, a média em dias que os estoques ficam parados na empresa. Considera-se ideal que os estoques girem o mais rápido possível.

Prazo médio de recebimento de vendas (pmrv)


O Prazo Médio de Recebimento de Vendas exprime o prazo médio de recebimentos das vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso de recursos. O ideal é que o recebimento das vendas se efetue no menor prazo possível.

Ciclo operacional – CO

O Ciclo Operacional Indica o tempo decorrido entre o momento em que a empresa adquire as matérias-primas/mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro relativo às vendas. Graficamente, assim pode ser representado:


Ciclo financeiro – CF


Ciclo Financeiro é o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores pelas mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas efetuadas. É o período em que a empresa necessita ou não de financiamento complementar do seu ciclo operacional.


A diferença entre Ciclo Operacional (PMRE + PMRV) e o Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC) é o Ciclo Financeiro e corresponde ao período de tempo entre o pagamento ao fornecedor e o momento em que a
empresa recebe do cliente o dinheiro das vendas. Para este período – Ciclo Financeiro, a empresa precisa conseguir financiamento complementar.
Normalmente o Ciclo Financeiro é financiado:

- pelo capital próprio;
- por recursos de terceiros, onerosos.

A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na administração dos prazos médios, expressos através do Ciclo Financeiro.

Necessidade de capital de giro – NCG

Capital de giro - CDG

O Capital de Giro de uma empresa corresponde aos valores aplicados em seu Ativo Circulante. A empresa compra mercadorias, estoca, vende e recebe. Repetindo esse ciclo permanentemente, ela mantém o giro dos negócios. Existem, no entanto, diversas utilizações para a terminologia do CDG, dependendo do autor e do conceito
abordado.

Utilizamos a expressão CDG para definir o Capital de Giro Líquido. Isto é, o Ativo Circulante - recursos aplicados no giro - deduzido do Passivo Circulante - fontes de recursos para o giro.

Necessidade de capital de giro – NCG

Necessidade de Capital de Giro é a diferença entre as aplicações cíclicas (Ativo Circulante Cíclico - ACC) e as fontes cíclicas (Passivo Circulante Cíclico - PCC), que se renovam automaticamente no dia-a-dia. As aplicações cíclicas são valores do Ativo, financiados pela empresa até sua realização. As fontes cíclicas são valores exigíveis, financiados por terceiros ligados à área operacional. O ideal seria que a empresa utilizasse os financiamentos de terceiros para cobrir suas aplicações. Quando isso não acontece, há necessidade de se recorrer a fontes não diretamente ligadas à atividade.


O Ativo Circulante Cíclico compreende as aplicações de recursos em contas que estejam relacionadas com a atividade de compra, transformação e venda. Está relacionado com o ciclo operacional da empresa (clientes/duplicatas a receber, estoques, adiantamento a fornecedores etc.).

O Passivo Circulante Cíclico compreende as contas que identificam os financiadores normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos (fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos sobre vendas a recolher etc.).

A análise da Necessidade de Capital de Giro - NCG enfoca o ciclo operacional do sistema empresa, tendo como referencial de pesquisa seus demonstrativos financeiros. A ênfase recai sobre as fontes e aplicações cíclicas.

Essas fontes e aplicações estão intimamente ligadas às atividades da empresa e ocorrem de forma espontânea e natural.

Aplicações cíclicas - ACC

Aplicações Cíclicas é o somatório das contas:

- duplicatas a receber - menos provisão para devedores duvidosos;
- estoque - matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabado;
- adiantamentos a fornecedores;
- mercadorias em trânsito;
- importações em curso de matéria-prima;
- despesas antecipadas.

Fontes cíclicas – PCC

Fontes Cíclicas corresponde ao somatório das contas:

- fornecedores de matéria-prima/mercadorias;
- salários a pagar; comissões a pagar;
- encargos sociais a recolher - INSS, FGTS;
- imposto de renda retido na fonte sobre a folha de pagamento;
- contas a pagar referentes a despesas operacionais: água, luz, aluguel, telefone...
- adiantamento de clientes;
- impostos a pagar.

Analisando a diferença entre as aplicações cíclicas e as origens de recursos cíclicos no quadro anterior, têm-se as seguintes situações;
positiva – significa que a empresa apresenta Necessidade de Capital de Giro, que deverá ser obtido junto a seus proprietários ou junto a terceiros (onerosos).
negativa – significa que a empresa dispõe de sobra de recursos para o giro, que poderá ser destinada a aplicação no mercado financeiro.
Uma NCG negativa evidencia situação de folga financeira por parte da empresa analisada. Neste caso, constitui fonte natural e espontânea de recursos, situação, em principio, favorável. Dizemos em principio porque precisamos conhecer os prazos das realizações e exigibilidades, articulados com os valores financeiros. Uma empresa com NCG negativa, salvo sazonalidade, descasamento expressivo entre o que tem a receber e o que te a pagar, ou expansão das vendas, não necessita de empréstimos onerosos para financiar suas atividades.

Uma NCG positiva revela necessidade de recursos, que podem ser obtidos no âmbito da empresa, comumente chamados de autofinanciamento. Quando apresentado o Fluxo de Caixa Operacional, falamos na geração interna de recursos (GIR). Quando a NCG for positiva, a primeira providencia é saber quem está financiando essa parcela.
Caso essa cobertura esteja sendo financiada pelo ST positivo a situação da empresa, em principio, revela tranqüilidade. Não sendo possível por esse meio, capitais de terceiros, presumivelmente onerosos, é quem o faz. É chamada onerosa a fonte onde haja capitais de terceiros (sobre os quais incidem juros) bancando a parcela que os créditos espontâneos e a geração interna de recursos não foram suficientes para financiar. Todavia existe um perigo latente. Os recursos onerosos devem alavancar de forma saudável as atividades da empresa. A continua dependência a esse tipo d credito, sem a ocorrência dessa premissa, drena o capital de giro da empresa.
Hemorragia financeira continua e crescente debilita CDG (sangue do organismo), patologia que levará o organismo empresarial para o Efeito Tesoura, o qual será visto mais a frente.

Fontes de cobertura da NCG

Vimos anteriormente que a empresa com NCG negativa não necessita de financiamento bancário. Ao contrário, é indicativo de sobra de recursos para aplicar no mercado financeiro, caso não tenha optado por investimentos no Ativo Permanente ou distribuição de lucros. Quando a NCG é positiva, entretanto, a empresa tem de buscar recursos próprios ou de terceiros (onerosos) para complementar seu capital de giro. Quando há um descontrole no crescimento das fontes onerosas de recursos no curto prazo, temos uma situação conhecida como Efeito Tesoura, que ocorre quando o Saldo de Tesouraria apresenta-se cada vez mais negativo a cada exercício, variando em níveis superiores ao crescimento da NCG.

SALDO DE TESOURARIA

O Saldo Tesouraria é obtido pela diferença entre as contas de Ativo Circulante e de Passivo Circulante que não guardam relação com a atividade operacional da empresa. É a medida de risco, que evidencia situação de aperto ou folga financeira. É revelado pelas equações:


Saldo de Tesouraria positivo significa que a empresa tem disponibilidade de recursos que poderão ficar aplicados no mercado financeiro e utilizados a qualquer momento, aproveitando oportunidades negociais. Se negativo, demonstra dependência de fontes onerosas de recursos de curto prazo.

O Saldo de Tesouraria que, período após período, se revele crescentemente negativo evidencia que a empresa caminha para a insolvência ou overtrade. É importante observar que o fato isolado de o saldo de tesouraria ser negativo não é preocupante. Grave é a tendência. Portanto, o Efeito Tesoura é conseqüência de Saldo de Tesouraria (ST) cada vez mais negativo, variando em proporção superior à NCG. A tendência é dada pela relação [ST / NCG], sendo que a NCG deverá ser considerada sem o seu sinal (+/-). O resultado decrescente evidencia que a empresa recorre, cada vez mais, a empréstimos onerosos de curto prazo.

CAUSAS DO EFEITO TESOURA:

- crescimento real das vendas a prazo, em percentuais muito elevados, sem correspondente obtenção de prazo de fornecedores;
- imobilizações com recursos onerosos de curto prazo;
- prejuízos;
- distribuição excessiva de lucros;
- dependência sistemática a empréstimos de curto prazo, com pagamento de altas taxas de juros;
- ciclo financeiro crescente.

Para melhor avaliar o Efeito Tesoura, deve-se observar o comportamento do indicador em diversos períodos. O índice [(NCG /vendas) X 360] indica a NCG em dias de venda. Em outras palavras, indica quantos dias a empresa precisa vender (faturar) para obter os recursos complementares necessários ao seu capital de giro (a NCG).
Para melhor compreensão desse assunto, apresentamos, para análise, dois exemplos.

Exemplo 1:

A empresa Y apresenta os seguintes números nos últimos cinco exercícios:

Analisando o gráfico, podemos afirmar:

- a NCG da empresa está aumentando substancialmente a cada ano;
- o CDG tem-se mantido estável - possivelmente a empresa não está tendo lucro, ou o lucro está sendo distribuído;
- como a empresa não consegue financiar sua necessidade de capital de giro com as fontes internas de recursos, vem recorrendo cada vez mais a empréstimos bancários, evidenciado pelo ST negativo e decrescente;
- o ST é negativo e está aumentando proporcionalmente em níveis maiores que a NCG (ST/NCG), confirmando, assim, o "Efeito Tesoura". Na prática, significa que, se o banco credor não renovar os empréstimos, a empresa quebra imediatamente. Por outro lado, se o banco continuar a rolar suas dívidas, a empresa quebrará do mesmo jeito, dentro de pouco tempo, pois os encargos financeiros provocarão prejuízos cada vez maiores.

A única solução para uma empresa na situação descrita acima é a capitalização - injeção de recursos novos dos sócios - conjugada com uma completa revisão de prazos e margens de lucro.

Exemplo 2:

Agora analisemos o gráfico da empresa Z. Ela apresenta a mesma NCG da empresa Y e também está com o ST cada vez mais negativo.


Uma análise superficial poderia induzir a dizer que a empresa está passando por dificuldade financeira, pois o ST é negativo e a linha da NCG está se distanciando da linha do CDG a cada ano. Ocorre que a relação percentual entre a NCG e o CDG se mantém. Veja no quadro a seguir:

Essa empresa, apesar de apresentar a mesma NCG da empresa Y (exemplo 1) em todos os anos, vem financiando essa necessidade de duas formas: capital de giro (maior parte) e financiamentos bancários. O Saldo de Tesouraria (negativo), no entanto, representa 20% da NCG. Isso acontece, normalmente, em empresas que estão  aumentando o volume de vendas. O endividamento bancário financia um percentual das vendas, e o lucro da atividade, que é reinvestido, garante à empresa boa parte do financiamento necessário. Admitindo-se que, repentinamente, a empresa deixe de contar com o financiamento bancário, bastará a ela fazer uma pequena redução nas suas vendas a prazo, para ajustar sua NCG ao CDG disponível.

Tipos de Necessidade de Capital de Giro

Existem três tipos de NCG: permanente, sazonal e mista. O conhecimento do tipo auxilia na identificação do montante e do período do ano em que as necessidades financeiras são maiores, ao tempo em que permitem considerar quais são as linhas de credito mais apropriadas para a empresa. Por parte do provedor de recursos, contribui para que este possa dimensionar o prazo de repagamento dos valores concedidos.

Ocorre NCG permanente quando produção e vendas são distribuídas de forma homogênea ao longo do ano. Pode ser positiva ou negativa. Neste segundo caso, sugere sobre de recursos. Quando positiva, sugere-se a empresa perseguir política de capitalização, especialmente via lucros retidos, objetivando ruptura na perenidade da situação observada.

Ocorrem necessidades sazonais (não-uniformes ao longo do ano) com empresas que fabricam artigos natalinos ou juninos, com produtores rurais, com indústrias de suco etc. Casos de NCG mista podem ser observados em empresas que fabricam produtos distintos com linhas de montagem segregada (ovos de páscoa + fábricas de bolacha), mas com administração única.







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